Sonho de uma tarde de inverno: a utopia de uma antropologia cosmopolita

Alcida Rita Ramos

Resumo


Por meio de um exercício de imaginação, de inspiração indígena, propõe-se uma utopia antropológica em que distintas tradições dessa profissão não sofram com limitações linguísticas e desigualdade de produção e consumo, gozem de uma intercomunicabilidade verdadeiramente horizontal e se dediquem ao compromisso de transformar os antropológos em atores políticos. Essa utopia contrasta com a situação corrente, em que as antropologias metropolitanas alcançaram um tal grau de hegemonia que têm dado ensejo a que se divida a disciplina em dois blocos claramente opostos: Centro e Periferia. Mas eis que surge no horizonte um vulto ainda nebuloso, porém com a remota possibilidade de fazer o virtualmente impossível, ou seja, dar vida material àquela utopia que tem sido até agora estritamente imaginada. É a Rede de Antropologias Mundiais (World Anthropologies Network – WAN), em si um produto de quem sonha com uma antropologia cidadã e democrática.


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