Imigrantes internacionais e as localizações intermediárias de classes

Elaine Meire Vilela, Flavia Pereira Xavier

Resumo


Esse artigo tem como objetivos centrais: a) verificar
se há grupos de imigrantes internacionais “recentes”,
residentes no Brasil, com maiores chances de
se localizarem em estratos ocupacionais intermediários,
quando comparados aos nativos; b) identificar
quais são esses grupos de imigrantes e quais
as posições de maior concentração dos grupos; e c)
analisar se um menor tempo de residência na sociedade
hospedeira afeta positivamente a inserção dos
imigrantes em ocupações de classes intermediárias.
Essas ideias baseiam-se na discussão de Bonacich
(1973) e seus críticos sobre a concentração dos imigrantes
em uma situação de middleman.
Verificamos que, comparados aos brasileiros
migrantes internos, os imigrantes internacionais,
em geral, têm maiores chances de se inserirem
em posições intermediárias de classe; as
localizações ocupacionais de maior concentração
dos imigrantes internacionais são as de autônomo
e pequeno empregador, e não as de trabalhadores
em geral. No entanto, verificou-se que há desproporcionalidade
nas chances de sua inserção em
ocupações intermediárias, considerando a origem
nacional. Destacamos que o fato de os imigrantes
ficarem ou pretenderem ficar por mais tempo no
destino, ou até mesmo permanecer para sempre
em tal lugar, afeta positivamente as chances de
eles se concentrarem em posições de autônomo
ou de pequeno empregador, contrariando a proposta
de Bonacich (1973).

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