MONUMENTALIDADE, VISIBILIDADE E PERSISTÊNCIA: O CARÁTER DA MORTE NO LITORAL LESTE DA GUAYANA PRÉ-COLONIAL

João Darcy de Moura Saldanha

Resumo


O presente artigo busca, por meio da descrição das estruturas funerárias em uma região específica da Amazônia, a costa leste da Guiana, apresentar algumas práticas relacionadas à morte registradas nos sítios arqueológicos. Tais práticas podem ser encaradas como índice de transformações sociais que os povos ameríndios amazônicos experimentaram no período, fornecendo um caráter histórico para o entendimento dos conceitos de morte e ontologias relacionadas. Aqui vamos oferecer uma visão de longa duração das estruturas relacionadas à morte, desde
meados do milênio anterior à era cristã (1500-1000 anos a.C.), quando a regra geral parece ser o uso de poços simples com inumações únicas acompanhadas por raros e escassos acompanhamentos, até o segundo milênio d.C., em que a manufatura de cerâmicas altamente elaboradas está associada a monumentos de terra, pedra ou madeira. As dimensões sociais e rituais dessas evidências arqueológicas serão analisadas no contexto de transformações pelas quais esta região da Amazônia passou desde o início do Formativo até o contato com os europeus.


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