Pedoarqueologia em abrigo quartizítico, Sítio Bibocas II, Jequitaí, ocupação humana no holoceno inicial na bacia do São Francisco

Daniel Vieira Sousa, João Carlos Ker, Maria Jacqueline Rodet, Carlos Ernesto G. R. Schaefer, Wenceslau Geraldes Teixeira

Resumo


O presente trabalho se concentra na região do norte do estado de Minas Gerais, na bacia do rio São Francisco, município de Jequitaí, no sítio arqueológico Bibocas II. Trata-se de um sítio sob abrigo rochoso, estabelecido em rocha quartizítica com ocupação humana que remete ao Holoceno inicial, há cerca de 10.500 anos antes do presente. Este trabalho tem o objetivo de estudar o processo de gênese do solo sob condições de influência antrópica, visando compreender a pedogênese ocorrida em abrigos quartziticos, e identificar possíveis marcadores pedoquímicos que possibilitem auxiliar na interpretação arqueológica. Os grupos humanos que utilizaram o abrigo desde o início do período Holoceno, em condições climáticas mais secas do que a atual, deixaram como marca de sua passagem indícios que apontam para atividades relacionadas a fogueiras. Entre cerca de 9.000 e 8.000 anos AP a utilização do abrigo por grupos pré-históricos é intensificada, o que é atestada tanto pelos numerosos artefatos, quanto pelos valores de P, K, Ca e Susceptibilidade Magnética. O solo apresenta pouco desenvolvimento da pedogênese, que se expressa através de recobrimentos de argilas, quase-recobrimentos, feições pedológicas de preenchimentos. A atividade antrópica foi o que mais exerceu influência para o estabelecimento das características químicas do solo. Os elevados teores de P, K, Ca, COS e susceptibilidade magnética se mostraram bons indicadores de ocupação humana.


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