Pedoarqueologia em abrigo quartizítico, Sítio Bibocas II, Jequitaí, ocupação humana no holoceno inicial na bacia do São Francisco
Resumo
O presente trabalho se concentra na região do norte do estado de Minas Gerais, na bacia do rio São Francisco, município de Jequitaí, no sítio arqueológico Bibocas II. Trata-se de um sítio sob abrigo rochoso, estabelecido em rocha quartizítica com ocupação humana que remete ao Holoceno inicial, há cerca de 10.500 anos antes do presente. Este trabalho tem o objetivo de estudar o processo de gênese do solo sob condições de influência antrópica, visando compreender a pedogênese ocorrida em abrigos quartziticos, e identificar possíveis marcadores pedoquímicos que possibilitem auxiliar na interpretação arqueológica. Os grupos humanos que utilizaram o abrigo desde o início do período Holoceno, em condições climáticas mais secas do que a atual, deixaram como marca de sua passagem indícios que apontam para atividades relacionadas a fogueiras. Entre cerca de 9.000 e 8.000 anos AP a utilização do abrigo por grupos pré-históricos é intensificada, o que é atestada tanto pelos numerosos artefatos, quanto pelos valores de P, K, Ca e Susceptibilidade Magnética. O solo apresenta pouco desenvolvimento da pedogênese, que se expressa através de recobrimentos de argilas, quase-recobrimentos, feições pedológicas de preenchimentos. A atividade antrópica foi o que mais exerceu influência para o estabelecimento das características químicas do solo. Os elevados teores de P, K, Ca, COS e susceptibilidade magnética se mostraram bons indicadores de ocupação humana.
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