A invenção das artes plásticas em Belo Horizonte
Resumo
Belo Horizonte careceu, nas primeiras décadas do século XX, de atividades de arte institucionalizadas. Em 1917, o pintor fluminense Aníbal Mattos foi convidado a radicar-se na cidade para dotá-la de vida artística organizada. Mattos criou instituições artísticas fundamentais e implantou o ensino das artes nas escolas públicas. Além de pintor e crítico de arte, foi literato, teatrólogo, roteirista de cinema, arqueólogo, paleontólogo, jornalista, antropólogo, educador e fotógrafo. Sua biografia e sua obra permitem compreender aspectos estruturais do campo intelectual e artístico da época: a dependência em relação ao poder político, a baixa diferenciação de funções no campo cultural, as lutas de concorrência pelo monopólio da legitimidade artística. A trajetória de Mattos revela os entendimentos culturais e as posições estéticas e morais dos diferentes agentes dos campos das artes e do intelecto no período.
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