Bicicletas de Nhanderu: lascas do extracampo
Resumo
O artigo dedica-se a Bicicletas de Nhanderu (2011), filme realizado pelo Coletivo Mbyá-Guarani de Cinema, tomando-o como exemplar daquilo que Manuela Carneiro da Cunha chamou de “cultura com aspas”, ou seja, o uso reflexivo da noção antropológica de cultura pelos índios. Para tanto, caracteriza-se a trama entre o campo e duas dimensões distintas do extracampo. A primeira nos vincula ao universo mítico, cosmológico, que os espectadores vamos conhecendo, de maneira descontínua, mas bem tecida, por meio das conversas entre os índios. A segunda dimensão diz respeito à vizinhança tensa com o mundo dos brancos; ela torna presente, ainda que invisível, a figura da nação, da qual os guarani fazem e não fazem parte. A nação menos abriga, ou se avizinha do que cerceia, ronda, espreita.
Palavras-chave: Cinema indígena. Bicicletas de Nhanderu. Mbyá-Guarani. Extracampo.
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